quarta-feira, 15 de abril de 2020

Ouro, Fogo & Megabytes (Legado Folclórico#1)






Informações Técnicas



Páginas: 324
Ano: 2012
Autor: Felipe Castilho
Editora: Gutemberg


SINOPSE:
Anderson Coelho, um garoto nada extraordinário de 12 anos, divide sua vida entre a pacata realidade escolar e uma gloriosa rotina virtual repleta de aventuras em Battle of Asgorath, jogo de RPG online em que jogadores do mundo todo vivem num universo medieval, cheio de fantasia. Lá, Anderson – ou Shadow, nome de seu avatar – tem vida de estrela: é o segundo colocado do ranking mundial. E são justamente suas habilidades que chamam a atenção de uma misteriosa organização, que o escolhe para comandar uma missão surpreendente junto com um grupo de eco ativistas nada convencionais.
Ao embarcar para São Paulo, Anderson mergulhará de cabeça em uma aventura muito mais fantástica que as vividas em seu computador. Os encontros com hackers ambientalistas, ativistas com estranhos modos de agir e muitas criaturas folclóricas oferecerão a Anderson Coelho respostas não só sobre sua missão, mas também sobre sua própria vida, enquanto um novo mundo se descortina diante de seus olhos.

A História

Ouro, fogo e megabytes é uma história de fantasia infanto-juvenil escrita por Felipe Castilho. Nela acompanhamos Anderson Coelho, um garoto de 12 anos que mora no interior de Minas Gerais e como um bom nerd Anderson não tem muita aptidão para esportes preferindo passar seu tempo livre no quarto jogando Battle of Asgorath (um MMORPG) com seus amigos também nerds. Anderson é o líder de sua guilda e o segundo colocado no ranking mundial do jogo.



Após uma missão bem sucedida do seu grupo, uma criatura estranha se aproxima, um halfling level 1 (e que escreve sem nenhum erro de português). O Halfling convida Anderson para uma missão de extrema importância em São Paulo, desconfiado, Anderson a princípio recusa a oferta mas após alguns acontecimentos e uma suspensão escolar ele acaba aceitando a oferta e parte para uma aventura em São Paulo, onde toda a sua vida irá virar do avesso.
Chegando em São Paulo ele vai conhecer a Organização, uma espécie de ong ambiental mas que não recebe dinheiro do governo. A Organização é liderada por Patrão, um homem negro, de uma perna só, que usa uma boina vermelha e vive fumando cachimbo… Além de outras coisas “estranhas” que outros membros da organização podem fazer.
Em São Paulo Anderson terá de enfrentar a desconfiança de alguns, criar algo que parece estar além de suas capacidades, enfrentar criaturas sobrenaturais e ajudar a salvar o país de uma catástrofe sem precedentes… Será que ele consegue?

Opinião

Nessa releitura do nosso folclore Felipe Castilho criou uma fantástica aventura infanto-juvenil em que o protagonista (Anderson) vai pouco a pouco mudando a sua consciência e passando a dar valor em coisas que antes lhe pareciam banais. O universo criado pelo autor é muito bem desenvolvido, os personagens são bem desenvolvidos mas todos eles têm ainda perguntas não respondidas que devem ser tratadas nos próximos volumes.

Veredito

Ouro, fogo e megabytes é um livro cheio de lições de moral, fala sobre a destruição da natureza, sobre ganância, sobre a maldade e sobre a amizade que está acima de qualquer bem material. São todas as mensagens muito importantes e válidas para o tempo em que vivemos, em alguns momentos essas lições embutidas na história foram um pouquinho massantes, mas passa rápido, nada que comprometa a qualidade da história, que é leve, divertida e por vezes até engraçada.

domingo, 20 de maio de 2018

Primeiros Americanos


Quando os europeus chegaram, a América já era povoada. Milhões de indivíduos de diversas tribos se espalhavam por todo o continente. Até o final do século XIX pouco se sabia a respeito do passado dos nativos do continente. Afinal quem são esses povos? Quando e como chegaram ao continente que hoje chamamos de América?

Teoria Clovis-primeiro

Durante a última era do gelo o nível do mar baixou (aproximadamente 120 metros abaixo do atual nível) deixando à mostra uma faixa de terra firme que ligava a Sibéria (Ásia) ao Alasca (América do Norte). Essa faixa recebeu o nome de Beríngia e começou a emergir a aproximadamente 38000 anos até ser novamente submersa por volta de 11700 AP.
A teoria Clovis-primeiro, que era consenso entre os pesquisadores até a década de 1980, tem como ideia central de que os primeiros americanos são provenientes da Ásia e vieram para a América através da Beríngia, chegando a América do Norte através de um corredor entre as geleiras ou através de navegações ao longo da costa.

Estreito de Bering com a borda marrom claro representando a Beríngia
Imagem de: nps.gov

Essa teoria é fundamentada em uma descoberta feita no início da década de 1930, próximo a cidade de Clovis (Novo México, EUA), onde foram encontrados vestígios de habitação humana primitiva, havia ferramentas de osso (martelos e raspadores), pontas de projetil e ossadas de animais, sendo que as primeiras análises afirmam que o complexo de Clovis é de 9500 a 9000 A.C., porém já no século XXI, análises mais precisas foram feitas e dataram o complexo entre 9050 a 8800 A.C.

Teoria descartada

Descobertas recentes derrubaram a teoria Clovis-primeiro, demonstrando que os seres humanos estão na América muito antes do início da cultura Clovis. Em Monte Verde no Chile foram encontradas evidências de ocupação humana a cerca de 14500 AP, no sítio arqueológico da Serra da Capivara há indícios de presença de povos nômades a mais de 20000 anos, em 1974, no sítio arqueológico Lapa do Santo, Minas Gerais, foi encontrada Luzia, um crânio com mais de 11000 anos de idade. Só que Luzia era diferente de todos os outros paleoíndios encontrados até então. Ao invés das características asiáticas encontradas até então, Luzia possui feições semelhantes aos dos aborígenes australianos. Apesar de enfrentar muita rejeição no começo, parte dos pesquisadores acreditam que os primeiros americanos vieram da Austrália (provavelmente de barco) muito antes de as rotas livre de gelo através da Beríngia estarem disponíveis, principalmente devido a descoberta de mais esqueletos com as mesmas características de Luzia.

Reconstituição  do rosto de Luzia.
Foto: USP

Migração pelo Pacifico

Com a descoberta dos esqueletos aliada a comprovação da presença humana muito antes das rotas livres de gelo estarem disponíveis ganha força a teoria de que os primeiros humanos a chegar na América navegaram 13500 quilômetros desde a Austrália até a costa oeste do continente americano, sendo que essas pessoas de características negroides descendentes dos primeiros humanos a deixarem a África cerca de 100000 anos atrás.
Apesar de chegarem a América muito antes dos asiáticos, não há evidencia genética de que os nativos que ocupavam o continente (hoje vivem apenas em algumas reservas) quando os europeus chegaram são descendentes diretos dos Africanos/Australianos e sim de povos asiáticos. Para explicar esse fatos os defensores da migração pelo Pacifico, afirmam (baseados nas mudanças da forma dos crânios encontrados alguns milênios após a chegada dos asiáticos e em pinturas rupestres, que indicam o aumento da violência nesse período) que os asiáticos que vieram do norte foram gradualmente destruindo os primeiros habitantes do território.



A identidade dos primeiros americanos e como eles chegaram aqui ainda é um assunto controverso e nebuloso. A teoria Clovis-primeiro que foi um consenso durante muito tempo foi descartada com achados recentes, isso porém traz mais perguntas do que respostas: Como vieram? Se vieram da Austrália como fizeram para atravessar o oceano com as tecnologias da época? O que aconteceu após chegar ao continente? Como foram destruídos? Perguntas sem respostas até o momento. Só o tempo e o avanço dos estudos trarão as respostas (ou, provavelmente mais perguntas).



Referências


PAULS, Elizabeth. “Native American”; Encyclopædia Britannica. Disponível em https://www.britannica.com

FERNANDES, Thaís.“Os primeiros habitantes da América do Norte”; Ciência Hoje. Disponível em http://www.cienciahoje.org

ROMERO, Simon. “Discoveries challenge beliefs on humans' arrival in the Americas”; The New York Times. Disponível em https://www.nytimes.com

Ancient Voices: The hunt for the first Americans”; BBC News. Disponível em http://news.bbc.co.uk

Who were the first Americans”; National Geographic. Disponível em https://news.nationalgeographic.com

A origem do homem americano é contestada”; Agência Fapesp. Disponível em http://agencia.fapesp.br

CASTRO, Fábio de. “Estudo descarta a chegada de humanos às Américas pelo Estreito de Bering”; Estadão. Disponível em http://ciencia.estadao.com.br

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O Lobo das Planícies (O Conquistador #1)

Páginas: 420
Ano: 2008
Autor: Conn Iggulden
Editora: Record


SINOPSE:
Temujin, segundo filho do chefe dos lobos, tinha apenas onze anos quando seu pai morreu numa emboscada. A família foi expulsa da tribo e deixada sozinha, sem comida nem abrigo, para morrer de fome nas duras planícies da Mongólia. Foi uma dura introdução a um súbito mundo adulto, mas Temujin sobreviveu, aprendendo a combater ameaças naturais e humanas.


O lobo das planícies é um livro de ficção histórica escrita por Conn Iggulden e conta a primeira parte da história de Temujin, desde sua infância na tribo dos lobos até se tornar um líder militar implacável contra seus inimigos.
A Mongólia do início do século XIII era um local dividido em diversas tribos que em alguns períodos faziam negócios enquanto em outros viviam em guerra, um mundo duro onde os guerreiros tinham orgulho em sequestrar mulheres de outras tribos para serem suas esposas. O inverno era cruel e apenas os mais fortes sobreviviam.
Temujin era filho do Cã da tribo dos lobos e tinha como objetivo se tornar Cã depois de seu pai, mas quando ele tem apenas 11 anos seu pai morre após uma emboscada e um novo Cã toma a tribo e expulsa Temujin e sua família sem armas ou comida, para que eles morram no rigoroso inverno das estepes.
Neste momento é dado um destaque maior para Hoelum a mãe de Temujin, mostrando toda a força que ela teve que ter e transmitir aos filhos, para eles não se entregassem ao desespero e sobrevivessem. O tempo vai passando e eles vão conseguido sobreviver e até melhoram de vida fazendo comércio com outros desgarrados como eles. Quando eles começam a se sentir seguros acontece algo que os lembra dos perigos da vida sem uma tribo para protegê-los, o ódio cresce dentro de Temujin, e ele arquiteta um plano para se vingar dos responsáveis pelo seu sofrimento, e o que ele faz em seguida abala o mundo.


A história é escrita de forma simples e dinâmica, alternando momentos de ação com momentos mais dramáticos, os personagens, exceto Temujin, não são completamente desenvolvidos, mas ainda assim são bons personagens que devem estar mais em foco nos próximos livros.
O pano de fundo da história, a ambientação também é muito bem feita, sendo que o autor viveu por um tempo entre os mongóis, ouvindo suas histórias e aprendendo os seus costumes, suas tradições.
Enfim O Lobo das Planícies é uma leitura recomendada a todos aqueles que gostam do gênero, com uma narrativa simples, batalhas muito bem descritas e um personagem principal forte e capaz de grandes feitos.

domingo, 13 de agosto de 2017

Ruínas de Gorlan (Rangers: Ordem dos Arqueiros#1)



        Vamos agora para mais um post do Pena, Tinteiro e Papel, nosso clube do livro. O livro essa vez é: As Ruínas de Gorlan uma história Infanto-juvenil escolhido pela Vanessa.

       Para ver as opiniões do Mateus, da Vanessa e da Giani é só clicar nos links ;)


Páginas: 240
Ano: 2009
Autor: John Flanagan
Editora: Fundamento


SINOPSE:
       Durante a vida inteira, o pequeno e frágil Will sonhou em ser um forte e bravo guerreiro, como o pai, que ele nunca conheceu. Por isso, ficou arrasado quando não conseguiu entrar para a Escola de Guerra. A partir daí, sua vida tomou um rumo inesperado: ele se tornou o aprendiz de Halt, o arqueiro. Relutante, Will aprendeu a usar as armas dos arqueiros: o arco, a flecha, uma capa manchada e... um pequeno pônei muito teimoso. Podem não ser a espada e o cavalo que ele desejava, mas foi com eles que Will e Halt partiram em uma perigosa missão. Essa será uma viagem de descobertas e aventuras fantásticas, na qual Will aprenderá que as armas dos arqueiros são muito mais valiosas do que ele imaginava



As ruínas de Gorlan é um livro de fantasia medieval que narra a história de Will, um garoto órfão que vive como protegido do Barão Arald no Castelo Redmont. Sempre que um protegido completa 15 anos ele deve se candidatar a uma vaga como aprendiz de algum mestre de ofício no castelo.

O maior sonho de Will é se tornar cavaleiro e para isso ele deve entrar para a Escola de Guerra. Mas apesar de sua inteligência e agilidade ele não é aceito, não tem estatura e é fraco para os padrões da Escola de Guerra. Mas um dos mestres reunidos mostra interesse em Will que tem um misto de felicidade e medo. Felicidade pois ele se vê livre do seu maior temor: viver como fazendeiro na vila próxima ao castelo. E medo pois o mestre que demonstrou interesse nele é Halt o Arqueiro, uma pessoa misteriosa que muitos acreditam ser algum tipo de praticante de magia negra.

Desconsolado e temeroso Will se torna aprendiz de Halt... e descobre que ser arqueiro não é tão ruim quanto ele acreditava. O treinamento é difícil e cansativo. Halt é um mestre muito exigente, econômico nos elogios e que não perde a oportunidade de deixar seu aprendiz “quebrar a cara” quando este se mostra muito afobado. Mas Will se mostra competente e corajoso… mas ele tera que por sua coragem e habilidade à prova, pois um grande inimigo sai do exílio colocando todo o reino sob ameaça novamente.



Este é o primeiro volume da gigante série (12 livros) Rangers: A Ordem dos Arqueiros escrita por John Flanagan. A história foi escrita para incentivar seu filho a ler, tanto que o personagem principal, Will, é inspirado nele, que na época era um garoto pequeno e fraco para a idade.

As Ruínas de Gorlan é um livro infanto-juvenil, é um livro pequeno, mas não é apenas uma aventura com único objetivo de entreter, por trás da aventura, da linguagem simples e escrita leve o autor introduz temas como a coragem, força de vontade e principalmente sobre a amizade.