Depois de
muito tempo estou por aqui de novo e dessa vez com novidades que vai manter o
blog (assim espero) com um fluxo mais constante de posts
\o/.
Primeiro:
a Vanessa e eu não estamos mais sós nesse projeto do blog \o/, temos agora a
presença do Mateus, que resolveu criar um blog e escrever as suas opiniões e
experiências no mundo nerd e principalmente no mundo literário, o blog dele é o Porão da Leitura.
Segundo:
estamos iniciando (na verdade
já começou faz um tempo) um
novo projeto para o blog, uma especie de Clube do Livro, em que eu, a Vanessa e
o Mateus estaremos lendo um livro, escolhido de forma rotativa por cada um de
nós três, e escrevendo uma resenha, em um prazo máximo de dois meses após o
livro ter sido escolhido, é um prazo longo, que pode ser mudado futuramente,
mas em um primeiro momento preferimos deixar esse prazo mais longo, para evitar
atrasos e também para conseguirmos conciliar este projeto com todas as nossas
outras leituras e compromissos.
Como este
projeto começou a algum tempo atrás (e
essa introdução ficou muito pequena) a
minha primeira resenha sera feita neste post mesmo.
Foi feito
um sorteio e ficou definido que eu seria o primeiro a escolher o livro, seguido
pela Vanessa e pelo Mateus, o livro que eu escolhi foi O Nome do Vento do Patrick Rothfuss. Mas já deixo avisado que está resenha contem pequenos spoilers.
Páginas: 656
Ano: 2009
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Arqueiro
Sinopse:
Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.
Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano.
Quando seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade.
Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame.
Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.
O Nome do
Vento é um livro de fantasia épica, que conta a história de Kvouthe, uma lenda
de seu próprio tempo, um homem capaz de feitos extraordinários, mas que agora
vive escondido sob o disfarce de um simples hospedeiro de uma pequena cidade.
Ele consegue passar despercebido até o dia em que ele conhece um homem
conhecido por ter escrito a história de pessoas importantes, um homem chamado de O Cronista. Kvouthe é convencido a contar a sua história, mas apenas nos
seus termos, e um deles é que a história vai ser contada em três dias, e O Nome
do Vento é o primeiro desses dias.
Nesse
livro o mais importante é o modo de como as coisas acontecem do que aquilo que
acontece, um exemplo disso é no começo do livro quando ele está prestes a
começar a sua história para o Cronista, Kvouthe da "spoilers" sobre
coisas que vão acontecer neste e nos próximos livros, mas estes
"spoilers" só deixam com mais vontade ainda de devorar o livro.
"Já resgatei princesas de reis adormecidos em sepulcros. Incendiei a cidade de Trebon. Passei a noite com Feluriana e saí com minha sanidade e minha vida. Fui expulso da Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar nela. Caminhei à luz do luar por trilhas de que outros temem falar durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os menestréis chorar.Vocês devem ter ouvido falar de mim."
Kvouthe
nasceu um Edena Ruh, ou seja, era pertencente a uma trupe de artistas, que ia de
cidade em cidade fazendo sua apresentação. Em uma dessas cidades ele conhece
Abenthy, que foi seu primeiro mentor e professor, e foi quem despertou nele o desejo de ir para a universidade. Mas enquanto a história avança você percebe que uma
tragedia se aproxima, e quando ela chega Kvouthe passa a viver sozinho na
floresta por alguns meses, e depois ele vai para a cidade de Tarbean e passa a
viver uma vida extremamente sofrida e perigosa como mendigo, onde cria vários
inimigos e consegue ajuda improvável, de modo que consegue sobreviver.
Depois de
muito tempo vivendo como mendigo em Tarbean, Kvouthe decide que quer algo mais da vida do que viver de migalhas,
então ele parte para a Universidade, com o objetivo de se tornar um arcano, de
descobrir o que é real por trás das lendas sobre o Chandriano, e principalmente
ele quer saber como chamar o vento, e fazer com que ele o obedeça.
Kvouthe
consegue ser aceito na universidade, onde ele cria amigos verdadeiros e
inimigos poderosos, é onde ele aprende, não apenas matemática e geografia, mas
aprende também a arte de manipular elementos e a fazer simpatia. E é aí também que
o nome de Kvouthe começa a se tornar uma lenda.
O Nome do
Vento é uma história excelentemente contada por Patrick Rothfuss, a história
começa um pouco enrolada, mas aos poucos ela vai ganhando ritmo e ficando cada
vez mais difícil de largar. A narrativa da história se alterna entre
momentos em terceira pessoa, que é no tempo presente, onde o Cronista e
Kvouthe estão na hospedaria, e em primeira pessoa, que é dentro da história
contada por Kvouthe.
Kvouthe
como membro de trupe, também era um musico, e a música está muito presente em
toda a história, não apenas como um pano de fundo, mas quase como uma especie
de "personagem", e muito importante na história. As cenas musicais
são descritas de forma brilhante, que você chega a sentir a música sem que seja
escrita uma linha da letra da canção.
Outro
ponto em que esse livro se destaca de muitos outros, são os diálogos,
totalmente condizentes com os personagens e com as situações em que eles se
encontram.
"― Achei que tinha escuitado quarqué coisa ali pelas banda d’água ― disse, com um sotaque tão carregado e escorregadio que quase dava para sentir seu gosto. Mamãe costumava referir-se a ele como o sotaque das profundezas do vale, uma vez que só era encontrado em vilarejos sem muito contato com o mundo externo. Nem mesmo em cidadezinhas rurais como Trebon as pessoas tinham muito sotaque, nessa época. Tendo vivido em Tarbean e Imre por tanto tempo, fazia anos que eu não ouvia um dialeto tão carregado. O sujeito devia ter crescido num lugar realmente remoto, provavelmente enfurnado nas montanhas."
O Nome do Vento é o primeiro volume de uma
história extraordinária, com uma trama envolvente, no começo um pouco enrolada,
principalmente por ser a introdução de todo o universo criado por Rothfuss, mas
ainda assim consegue prender o leitor. Os diálogos são excelentes e os
personagens são marcantes e muito bem construídos. Este livro é altamente
recomendado a todos aqueles que gostam de música, de fantasia épica e
principalmente de uma história bem contada.
O próximo livro que iremos resenhar, e que
faz parte deste projeto, é Percy Jackson: O Ladrão de Raios do Rick Riordan e
foi escolhido pela Vanessa do Insights Aleatórios.