Vamos
agora para mais uma resenha do nosso pequeno clube do livro, um clube
que não está mais tão pequeno. Temos agora mais uma integrante
nesse clube; a Giani (irmã da Vanessa) resolveu se juntar aos loucos
e é a mais nova integrante do nosso clube do livro o blog dela é o Dualidade Peculiar. Clube que agora
tem um nome (se não fosse a Giani esse clube iria se chamar
“clube do livro” para sempre),
pesamos, debatemos e
escolhemos: Pena, Tinteiro e Papel. Sem mais delongas vamos a resenha
do livro O Protegido, já avisando que a resenha contem spoilers.
Páginas: 514
Ano: 2015
Autor: Peter v. Brett
Editora: DarkSide Books
SINOPSE
Assim que a escuridão cai, os terraítas aparecem em grande quantidade, gigantes demônios de areia, de vento e de pedra, famintos por carne humana. Depois de séculos, os humanos definham com o esquecimento das marcas de proteção. Arlen, Leesha e Rojer, três jovens que sobreviveram aos ataques demoníacos, atrevem-se a lutar e encarar o perigo para salvar a humanidade.
O
Protegido é o primeiro volume da série Ciclo das Trevas escrito por
Peter V. Brett. O universo criado pelo autor é muito criativo,
interessante e... sombrio: um mundo em que todo dia depois do pôr do
sol demônios surgem das profundas e a única coisa que mantém as
pessoas a salvo são as proteções.
Nesse mundo sem esperança nós
acompanhamos três personagens, Arlen vive em um vilarejo afastado
das grandes cidades do reino e tem o sonho de se tornar um mensageiro
(uma pessoa enfrenta o perigo dos terraítas, viajando longas
distâncias para levar mensagens e suprimentos aos vilarejos e outros
reinos), mas como ele vive em um vilarejo afastado esse é um sonho
distante e nem mesmo ele realmente acredita que possa acontecer,
porém as coisas mudam quando, em um dia, a noite chega cedo e sua
mãe é atacada por terraítas, Arlen corre para tentar salvá-la,
seu pai porém fica parado a beira das proteções com medo demais
para ajudar. Arlen consegue levá-la para dentro de uma região
protegida, mas ela já está gravemente ferida. Dois dias depois,
cansado da covardia do pai Arlen foge. Foge com um grande desejo de
não se esconder determinado a encontrar um modo de lutar contra os
terraítas
Temos
também Lessha e Rojer, que são personagens secundários e menos
desenvolvidos (principalmente Rojer) do que Arlen. Lessha vive em um
vilarejo mediano e é aterrorizada por sua mãe, inconformada por ter
tido uma filha em vez de um filho, mas a vida dela muda após um
ataque terraíta quando ela ajuda Bruna a ervanária e acaba se
tornando sua aprendiz, acabado o seu treinamento ela é enviada para
ajudar uma das aprendizes de Bruna em um hospital em Angiers. Rojer
tem 03 anos e vive com seus pais em uma pequena cidade movimentada
pela vinda do duque. O protetor da cidade tem toda a sua atenção em
fazer grandes proteções na ponte de forma a impressionar o duque.
As proteções das casas ficam mal cuidadas e em uma noite os
terraítas atravessam as proteções e destroem a cidade. Os pais de
Rojer morrem mas ele é salvo por um menestrel.
O
protegido é uma história que eu tinha muita vontade de ler. A expectativa
estava lá no alto. Porém ele foi a minha maior decepção literária
do ano até o momento. O livro não é péssimo, mas na minha opinião
é apenas “legal”, ficou muito abaixo das expectativas que eu
tinha.
O
livro é dividido em quatro partes, a primeira é uma introdução ao
mundo e aos personagens essa parte ficou realmente muito boa,
apresenta os personagens de forma dinâmica a ambientação é muito
bem feita, com um conflito bem definido e totalmente plausível.
A
segunda e terceira partes são quase totalmente focadas no Arlen e
mostra seu desenvolvimento, seu treinamento, o aumento do seu ódio
em relação aos terraítas e sua busca por alguma forma de derrotar
os terraítas. Essas duas partes cobrem uma grande quantidade de
tempo e acaba com uma grande transformação em Arlen. Essas partes
são boas, mas ainda assim são mais fracas do que a primeira, a
partir do final da segunda parte começam a acontecer coisas que
começara a me incomodar. Personagens secundários mas de importância
para a história foram deixados de lado de forma abrupta e sem nenhum
desfecho em seus arcos. Já na terceira parte ele tira uma carta da
manga e quebra o que era até então uma regra para salvar um
personagem. Essas coisas me incomodavam mas ainda assim não
prejudicavam tanto a história.
A
quarta parte, o desfecho da história. Essa parte foi realmente muito
ruim. Lessha e Rojer acabam se encontrando em Angiers e algo faz com
que eles acabem viajando juntos. Eles acabam emboscados e são
deixados ao relento com o sol próximo a se por, até ai tudo bem, a
forma como tudo isso aconteceu foi bem desenvolvida e lógica. O que
não tem sentido é Arlen aparecer do nada para salvar os dois.
Outros pontos negativos para nessa parte foram as cenas de luta, o
que na minha opinião foram totalmente surreais, além de um romance
completamente sem sentido e lógica entre Arlen e Lessha.
Enfim,
O protegido tem uma premissa interessantíssima e apesar de uma
primeira parte promissora o autor se perdeu e não aproveitou todo o
potencial que essa história tinha.